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Como a tilápia se adaptou ao mar?

Rio de Janeiro, por Priscila Lívia – A tilápia é um peixe de água doce originário da África. No entanto, essa espécie exótica invasora pode representar uma ameaça para os ecossistemas aquáticos, especialmente para os marinhos. Neste blog Pets Mundo Animal, vamos explicar como a tilápia se adaptou ao mar e está se espalhando pela costa brasileira.

Como a tilápia se adaptou ao mar?

Como a tilápia se adaptou ao mar?
Como a tilápia se adaptou ao mar? – Imagem Canva Pró.

A tilápia é um peixe que pertence à família dos ciclídeos, a mesma do tucunaré e do acará. Essa família é uma das mais diversificadas e adaptáveis do mundo, com mais de 2 mil espécies distribuídas em todos os continentes, exceto na Antártica. Os ciclídeos são peixes que evoluíram a partir de ancestrais marinhos que migraram para a água doce há cerca de 100 milhões de anos.

Essa origem marinha pode explicar como a tilápia conseguiu se adaptar ao ambiente salgado. A tilápia possui mecanismos fisiológicos que permitem regular o equilíbrio de água e sais no seu corpo, como as brânquias, os rins e a bexiga natatória. Esses órgãos ajudam a tilápia a eliminar o excesso de sal e a reter a água quando ela está em água salgada, ou o contrário quando ela está em água doce.

Além disso, a tilápia possui uma grande capacidade de reprodução e dispersão, o que facilita a sua colonização de novos habitats. A tilápia pode se reproduzir várias vezes ao ano, produzindo milhares de ovos por desova. Ela também pode se dispersar por longas distâncias, seguindo as correntes marinhas ou fluviais, ou sendo transportada pelo homem.

Como a tilápia está se espalhando pela costa brasileira?

A tilápia introduzida no Brasil na década de 1950, para fins de pesca esportiva e comercial. Desde então, ela se espalhou por quase todos os rios e lagos do país, tornando-se o peixe mais cultivado e consumido pelos brasileiros. No entanto, a tilápia também escapou das estruturas de criação ou solta intencionalmente nos rios, chegando até o mar.

A primeira evidência da presença da tilápia no mar brasileiro registrada em 2015, na região de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. Desde então, foram feitos vários registros da espécie em diferentes pontos da costa brasileira, desde o Maranhão até Santa Catarina. A espécie mais encontrada a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), que é a mais cultivada no país.

Os pesquisadores ainda não sabem ao certo como a tilápia chegou ao mar brasileiro. Mas suspeitam que ela tenha sido levada pelos rios que desaguam no litoral ou pelas estruturas de aquicultura instaladas na costa. Eles também não sabem qual é o tamanho da população de tilápias no mar brasileiro, nem qual é o seu impacto nos ecossistemas marinhos.

Quais são os riscos da invasão da tilápia no mar?

A invasão da tilápia no mar pode trazer sérios riscos para a biodiversidade e para a economia marinha. A tilápia é uma espécie que compete com os peixes nativos por alimento, espaço e abrigo.

Ela também pode predar ou hibridar com outras espécies, alterando a estrutura e a dinâmica das comunidades aquáticas. Além disso, ela pode transmitir ou adquirir doenças e parasitas que podem afetar os peixes nativos ou os cultivados.

A invasão da tilápia no mar também pode prejudicar as atividades pesqueiras e turísticas que dependem da conservação dos recursos marinhos. A tilápia pode reduzir a abundância e a diversidade dos peixes de valor comercial ou ecológico, como os que formam os recifes de coral ou os que são alvo da pesca esportiva. Ela também pode afetar a qualidade da água e da paisagem marinha, comprometendo a atratividade dos destinos turísticos.

O que pode ser feito para controlar a invasão da tilápia no mar?

Para controlar a invasão da tilápia no mar, preciso adotar medidas preventivas e mitigadoras, envolvendo o poder público, o setor produtivo e a sociedade civil. Algumas dessas medidas são:

  • Monitorar a distribuição e a abundância da tilápia no mar, usando técnicas de biologia molecular, sensoriamento remoto e ciência cidadã.
  • Avaliar o impacto da tilápia nos ecossistemas marinhos, usando indicadores ecológicos, socioeconômicos e culturais.
  • Implementar planos de manejo integrado da tilápia no mar, usando estratégias de erradicação, contenção ou adaptação, de acordo com cada situação.
  • Fiscalizar e regular as atividades de aquicultura na costa, usando normas técnicas, licenciamento ambiental e boas práticas de biossegurança.
  • Educar e conscientizar os produtores, os consumidores e os turistas sobre os riscos e as responsabilidades da introdução de espécies exóticas invasoras nos ambientes aquáticos.
  • Promover a pesquisa e a inovação sobre a tilápia no mar, usando abordagens multidisciplinares, participativas e colaborativas.

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