Porto Alegre – RS, por Carlos Gomes – Em 2021, uma descoberta intrigante agitou a cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul, quando um animal semelhante a um cachorro foi encontrado atropelado em uma estrada local. Veja hoje no blog Pets Mundo Animal, sobre o misterioso animal híbrido de ‘raposa’ e cão encontrado em estrada do RS.
O biólogo Herbert Hasse Junior, em colaboração com a patrulha ambiental local, resgatou a fêmea ferida, desencadeando uma série de eventos misteriosos. Em uma análise preliminar, o especialista Herbert Hasse Junior classificou o animal como uma espécie silvestre. A ferida vítima foi, então, encaminhada para o hospital veterinário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conhecido por sua equipe especializada em casos de fauna silvestre.
No hospital veterinário, a pesquisadora Flávia Ferrari notou algo peculiar ao retirar o animal ferido da caixa de transporte: sua aparência era notavelmente diferente da de um graxaim-do-campo, uma espécie semelhante a uma raposa, com pelagem bege e cinza, endêmica da América do Sul. Embora popularmente chamada de raposa, essa espécie é, na verdade, distinta.
A segunda surpresa surgiu quando o animal se recusou a comer ração, um comportamento incompatível com o esperado de um cachorro. Nesse sentido, os cuidadores decidiram, então, oferecer pequenos roedores, que o animal devorou sem hesitação, comportando-se como um graxaim-do-campo.
Diante dessa descoberta intrigante, o geneticista Thales Renato Ochotorena de Freitas, do Instituto de Biociências da UFRGS, foi chamado para dar sua opinião. Enfim, ele observou que a pelagem escura do animal e seu latido semelhante ao de um cachorro eram características notáveis. Enquanto os graxains-do-campo emitem um ganido breve e agudo, o animal em questão latia como um cão doméstico. A dúvida sobre a qual espécie ele pertencia persistia.
Para esclarecer o mistério, Freitas recrutou outros dois especialistas. O citogeneticista Rafael Kretschmer, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), realizou uma análise dos cromossomos do animal. Descobriu-se que o animal possuía 76 cromossomos, uma combinação incomum. Então, os cachorros domésticos têm 78 cromossomos, enquanto os graxains-do-campo têm 74. A conclusão foi que o animal era uma mistura das duas espécies.
A bióloga Bruna Elenara Szynwelski, da UFRGS, analisou os genes do híbrido, enfatizando o DNA mitocondrial, herdado da mãe. A linhagem materna do animal era de graxaim-do-campo. Assim, a análise completa revelou trechos de genes exclusivos de cachorros e outros exclusivos de graxains-do-campo, confirmando definitivamente que o animal era um híbrido.
Essa foi a primeira vez que um fenômeno desse tipo detalhadamente descrito na América do Sul. Nesse sentido, embora casos semelhantes já tenham sido registrados com outros canídeos na África, Europa e América do Norte. Assim, os resultados surpreenderam os envolvidos no estudo, dada a distância evolutiva entre cachorros e graxains-do-campo.
Após sua recuperação, o animal sendo castrado e encaminhado ao Mantenedouro São Braz, um santuário e zoológico em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Então, os pesquisadores agora se concentram em compreender os impactos dos cruzamentos entre espécies de canídeos.
Por fim, esse fenômeno apresenta desafios, incluindo a adaptação do híbrido ao ambiente natural e a possível transferência de doenças entre espécies. Desse modo, a conservação a longo prazo das espécies é uma preocupação fundamental à medida que novos estudos e descobertas se desdobram a partir dessa intrigante história.
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