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Zumbis da natureza: verme parasita que controla o genoma de seu hospedeiro

Rio de Janeiro – RJ, por Priscila Lívia – Histórias de zumbis são comuns nos cinemas e na literatura, mas a natureza também possui suas próprias narrativas surpreendentes. Um exemplo fascinante é o caso dos parasitas que “hackeiam” o genoma de seus hospedeiros para assumir o controle. Neste blog Pets Mundo Animal, exploraremos uma nova descoberta da Universidade Brown, nos Estados Unidos, sobre zumbis da natureza: verme parasita que controla o genoma de seu hospedeiro, que é capaz de manipular animais e até mesmo alterar sua cor para atrair predadores.

Zumbis da natureza: verme parasita que controla o genoma de seu hospedeiro

Quando ouvimos falar de zumbis, geralmente pensamos em histórias de filmes e séries de terror. No entanto, o mundo natural também possui suas próprias narrativas surpreendentes de zumbis. Um exemplo intrigante é o fenômeno de parasitas que assumem o controle de seus hospedeiros, alterando seu comportamento e fisiologia de maneira surpreendente.

Nesse sentido, vamos explorar uma descoberta recente da Universidade Brown, nos Estados Unidos, que revela como o verme parasita Levinseniella byrdi manipula animais ao “hackear” seus genomas, transformando-os em peças de um complexo quebra-cabeça da natureza.

Do mundo animal ao mundo dos zumbis

verme parasita
Zumbis da natureza: verme parasita que controla o genoma de seu hospedeiro – Imagem Canva Pró.

O mundo dos zumbis não se limita apenas à ficção. No reino animal, diversas espécies de parasitas têm a habilidade de controlar seus hospedeiros, alterando seu comportamento e fisiologia para atender às suas próprias necessidades. O exemplo mais icônico é o fungo cordyceps, que transforma formigas em “zumbis” controlados pelo fungo. No entanto, o Levinseniella byrdi trouxe uma nova perspectiva para essa relação entre parasita e hospedeiro.

Levinseniella byrdi: o parasita manipulador

A pesquisa conduzida pela Universidade Brown trouxe à luz o Levinseniella byrdi, um verme parasita que escolhe como hospedeiro certas espécies de aves do pântano. Embora o verme não possa se reproduzir diretamente em seu hospedeiro, seus ovos são excretados pelas aves e consumidos por anfípodes, pequenos crustáceos que habitam a água.

A transformação do hospedeiro

Os ovos do Levinseniella byrdi são ingeridos pelos anfípodes, que, ao serem infectados pelas larvas do parasita, sofrem uma transformação notável. Os animais, que normalmente têm uma coloração cinza ou marrom para se camuflarem, passam por uma mudança drástica e se tornam laranja brilhante. Além disso, eles perdem o medo de explorar seu ambiente, o que os torna presas mais vulneráveis para aves predadoras.

A interação no nível genômico

Os cientistas da Universidade Brown usaram técnicas de sequenciamento de RNA para analisar como o Levinseniella byrdi manipula os anfípodes em um nível genômico. Eles descobriram que o parasita ativa genes associados à pigmentação, perturba a detecção de estímulos externos e suprime respostas imunes do hospedeiro. Essa manipulação genética permite ao parasita criar as condições ideais para completar seu ciclo de vida.

Implicações para a ciência e saúde humana

Compreender os mecanismos moleculares por trás dessas interações hospedeiro-parasita pode ter implicações significativas. A pesquisa não apenas revela os intricados processos da natureza, mas também pode fornecer insights valiosos para combater patógenos que afetam seres humanos. Assim, a coevolução entre parasitas e hospedeiros é um campo complexo que continua a intrigar os cientistas e oferecer perspectivas únicas sobre o mundo natural.

A natureza dos zumbis

Por fim, a descoberta do Levinseniella byrdi nos mostra que o mundo animal é repleto de histórias de “zumbis” que desafiam nossas concepções sobre manipulação, sobrevivência e coevolução. A capacidade dos parasitas de controlar o comportamento e a biologia de seus hospedeiros é uma prova da incrível adaptação e diversidade presentes na natureza. Enquanto exploramos esses fenômenos, continuamos a aprender lições valiosas sobre a complexidade da vida no planeta.

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